Em 2008, tomei uma decisão levada pelo coração e somente por ele. A cabeça, bem como os amigos, iam-me criando angustias, mas contrariamente ao que é normal não os ouvia.Sentia, sabia, mas não queria sentir nem saber. Tinha de ser porque do contrário não faria sentido. Afinal de contas era o que havia sonhado para mim nos últimos anos e quase que já tinha desistido desse sonho. Agora sei que nem sempre o que sonhamos é o melhor para nós. Hoje sei que devia ter ouvido mais, devia ter sentido mais , devia ter sabido mais, mas sobretudo devia ter agido mais.
Arrependida não estou e penso que nunca vou estar. Se não tivesse tomado aquela decisão hoje ainda sonhava em como teria sido se...
Sinto-me onde estava a um ano atrás embora muito mais magoada, muito mais cautelosa, muito mais descrédita em relação a sentimentos e emoções. Tive medo de me tornar numa pessoa fria, céptica, amargurada e que tivesse deixado simplesmente de acreditar. A nível emocional foi, sem sombra de dúvida, um dos anos mais difíceis da minha vida. Foi aquele ano em que se desmistificaram pessoas, furaram-se planos, e se acordou de sonhos.
Senti-me perdida e sem saber em quem confiar. Senti-me usada, pensando bem, senti-me um lixo.
Em 2009 a recuperação foi tudo menos fácil principalmente porque só precisava de uma explicação de um pedido de desculpas ou de um obrigado. Dói muito e para ser sincera há momentos em que ainda dói. Durante esse período senti raiva e ódio. Sentimentos com os quais eu não só não estava acostumada a lidar como também não sabia gerir.
Valeram-me minha família e meus amigos, pessoas que serei eternamente grata. Aqueles que me obrigavam a sair da cama e a agir. Aqueles que me abanaram e que me disseram que valia muito mais que isso. Aqueles que simplesmente me abraçaram e me deixaram desabafar. Aqueles que me ligaram diariamente durante meses. Mas o que mais me valeu, foram os diálogos que tive comigo mesma.
Mas aqui estou em 2010, com uma atitude diferente perante a vida, mas com a certeza de quem sou, do que quero e do que não quero. E nada e nem ninguém me impedirão de continuar a ser feliz afinal de contas o meu mundo é “um mundo de sonhos onde sonhar acordado é permitido …”
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