quinta-feira, 23 de julho de 2009

CÍRCULOS...

Imaginem se tivessemos que darmos a mesma atenção, diariamente, a todos nossos amigos e familiares. Seria um Deus nos acuda.
Se você é meio fechado e seu melhor amigo é um cachorro chamado Tob, até que seria fácil. Mas se você é o típico adolescente popular, tem quatro perfis no orkut, duas namoradas, um cachorro, um gato e duas tartarugas, sua vida ficaria mais complicada.Por não conseguir (ou não querer) dar a atenção a todos, estabelecemos diferentes laços com nossos amigos, parentes, colegas, animais, professores, chefes.
Eu vejo esses laços como círculos, cujo centro é onde estamos. Ao redor de cada, muito próximos, estão os melhores amigos, a namorada, a família; aquelas pessoas de quem você precisa saber como foi o dia, mesmo que o tenham passado juntos. Em volta do círculo menor estão os amigos, depois os colegas, em seguida os conhecidos, e assim sucessivamente.
O problema dos círculos é que não cabe todo mundo que a gente gostaria no círculo menor, no mais próximo. As pessoas trocam de lugar, vão lá para o círculo dos colegas, ficam distantes. Outros se tornam apenas conhecidos. Afinal, quem não teve um amigo que nunca mais viu? Ou uma namorada que magoou e evita encontrar? Sempre há espaço para alguém entrar no círculo, mas raramente dá para segurar todos que gostaríamos.
Para algumas pessoas as trocas no círculo acontecem com freqüência. Outras são sempre cercadas pelos mesmos amigos. Algumas dessas mudanças são imperceptíveis. Outras são marcantes, pois ocorrem de forma brusca.
Um dia você descobre que seus melhores amigos desistiram da faculdade e você não poderá mais vê-los, que seu pai morreu e você não lhe deu um beijo na última despedida, que sua esposa quer o divórcio... E isso tudo dói muito. Dói por causa da saudade...
Aliás, a saudade é o único sentimento bom que combina com tristeza.
Sentimos saudade de outros tempos, de outros lugares mas, principalmente, temos saudade das pessoas do círculo menor, de quem foi muito próximo e hoje está longe.
Mesmo que sempre haja alguém no círculo mais próximo, não substitui aqueles que se foram.
E a saudade é apenas a prova do amor que sentimos...

Crônicas Premier

Por: Felipe Silveira

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