quinta-feira, 27 de junho de 2013


A saudade é aquilo que faz o tempo parar e que também faz as coisas pararem no tempo. Nessas horas tenho vontade de ver seu sorriso perdido e seu jeito fechado que resistia em falar. Interpretar você sempre foi um desafio que enfrentei com muito prazer. Pensar que passamos dias em paz, afastado de tudo e do mundo, criando um mundo que só nós conhecíamos e somente nós sabemos onde está. 
A saudade é aquela dor que dói por dentro, dói no peito e deixa a angústia de que o cheiro está se dissipando no ar. Mas disse Adeus. E quando me lembro sinto a solidão me envolver e roubar minha tranquilidade. A distância parece que nunca mais será superada. Exagero talvez? A saudade é sempre exagerada. Ela não sabe distinguir segundos, horas e dias.
Pra que se explicar quando não existe explicação? Queria congelar a fotografia dos nossos rostos se olhando e tentando captar o momento para guardá-lo fiel na memória. Falar de um jeito que só a gente entende, sentindo os pés deixando o chão e sermos invadidos pela sensação de que realmente valemos a pena.
As vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco! Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, as horas que resistem a romper a escravidão do peito. É não saber como frear as lágrimas diante de uma música ou de uma lembrança que se autoconvida sem saber que é muito bem-vinda. Ao mesmo tempo digo que saudade é não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. 

Como já dizia o poeta:
Saudade é solidão acompanhada, é quando o querer ainda não foi embora...
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida... 
Saudade é sentir que existe o que naquela hora não existe mais... 
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de silêncio na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou...

Nenhum comentário:

Postar um comentário